“Misturei
dos regalos que, por tão diferentes, nem por isso
deixaram de se identificar na intensidade, na força:
Shakespeare e Ladjane. O primeiro com Macbeth e o outro
com A VIOLA DO DIABO.
E indo ao Teatro Santa Isabel ou ao teatrinho de Arena,
voltei para casa com a mesma sensação de
alegria de espírito. O gênio desse inglês
maravilhoso que, quatro séculos atrás veio
ao mundo para mergulhar fundo na alma humana, expressar-lhes
as maiores paixões, virtudes e fraquezas.
O trabalho dessa moça de Nazaré da Mata
que ama a beleza a ponto de querer figura-la de mil formas,
indo da palavra ao pictórico, sempre fixando graça,
cor, poesia, vida, movimento, dor , êxtase.
É uma felicidade que, no Recife, com a sua miséria,
a sua escandalosa desigualdade social, a gente possa ao
menos fazer de conta que isso é terra mesmo civilizada
e ver gente da terra levar teatro a sério, arrojar-se
ao magnífico trabalho de encenar o criador de Romeu
e Julieta. Dina, Adelmar, Doutor Waldemar, todos esses
elementos do TAP , mais uma vez nos espantam com sua prodigiosa
arte e a gente tem vontade de agradecer-lhe, decantá-los,
louvar tanto arrojo e idealismo.”