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Trilha
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Das distorções (O Grotesco e o Feio)
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Segundo Alonso (2001, p.68), "A significação
geral do que hoje se entende por grotesco ficou durante
muito tempo como uma subclasse do cômico, do cru,
do baixo, do burlesco ou mesmo do mau gosto. Ou ainda,
uma denominação bastante genérica
para o que se entende comumente por aberrante, fabuloso,
demente, macabro, caricatural ou significações
semelhantes".
Várias formas do grotesco aparecem em obras artísticas
a partir do século XVIII e sua compreensão
encontra-se na maioria das expressões da atualidade
consideradas "degeneradoras" dos princípios
e valores positivos presentes na cultura popular, desde
então.
Tudo que for da ordem da monstruosidade, da estranheza,
do sinistro, seja em animais, plantas ou objetos entram
na categoria do Grotesco tanto na literatura como nas
artes plásticas e/ou visuais.
As distorções da realidade e o elemento
humano quando
sem vida, são alguns exemplos.
No que se refere a sua natureza, o grotesco é o
mundo alheado (tornado estranho).
Aquilo que nos era familiar e conhecido quando se revela
estranho e sinistro, provoca um sentimento de não-aceitação,
repulsa e angústia.
Dentro
da estética como um discurso sobre o corpo, o grotesco
aparece em ataduras em rostos numa descrição
visual que suscita corpos mutilados, devorados ou desarticulados
que compõem narrativas relacionadas à angústia.
Sorrisos desdentados, rostos enfermos, corpos velhos,
baixos, desengonçados, obesos, sujos, imagens de
pessoas feias, imagens da violência urbana banal,
cadavéres são algumas das várias
imagens desenhadas ideologicamente não-aceitaveis
e/ou biologicamente, esteticamente considerada "inferiores"
pelas pessoas.
É o mundo em súbita transformação
provocando falhas no nosso senso de orientação
e de equilíbrio existentes na forma como percebemos
o mundo.
Existe tambem um aspecto do grotesco que é a sua
tentativa de dominar e conjurar o elemento demoníaco
do mundo, a exemplo das imagens grotescas nas fantasias
carnavalescas que não têm o objetivo de assustar
mas sim de oferecer alegria e diversão.
O carnaval abole as hierarquias, nivela, cria outra vida.
A cena é dos mortos em todos os níveis:
marginais, reprimidos, pobres, loucos etc. celebrando
a vitória sobre a morte, sobre o sagrado, sobre
a opressão.
As fotos aqui disponibilizadas no lado esquerdo desta
página, encontradas em nossos acervos, foram selecionadas
com a intenção de exploração
visual do tema e em vários sites na internet o
grotesco é estudado de maneira clara e de fácil
exemplificação.
Abaixo publicamos links e recomendamos a leitura de alguns
destes trabalhos encontrados que podem ampliar ainda mais
o entendimento desta categoria da beleza dentro das várias
expressões artísticas como a literatura
por exemplo.
Os Cânones
corporais e o corpo grotesco - Fernando Fontanella
O
Grotesco - Transformação e estranhamento
- Aristides Alonso
Grotesco
- Algumas teorias e curiosidades sobre sua possível
origem - Ricardo Bezerra
Deus
e o Diabo na Terra da Carnavalização
- Gilda Korff Dieguez - páginas iniciais deste
texto fazem referencia ao grotesco e ao carnval
Origem
da palavra Grotesco - Valerio Medeiros
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