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Você está em: Projetos - Sala Especial - Mediação - Trilha 7 - O Sublime







Ladjane Bandeira - 1970

As grandes dimensões do quadro acima servem apenas para o observador estabelecer um contato mais íntimo com as suas obras, quase como se pudesse entrar no próprio quadro e a paleta ( cores) sombria e obscura, revelam a visão da artista sobre a condição humana.
A intenção é provocar uma experiência mística e espiritual pelo abandono do traço e da linha, que sugere uma imensidão do mar, do horizonte, para que o observador sinta o prazer da percepção, provocado pelo quadro, de um espaço grandioso, sublime que oscila entre o finito e o infinito.






Ladjane Bandeira - 1975


Eis um quadro “sem forma”, é expressionista abstracionista, na medida em que representa uma ilimitação. Em um enorme espaço, é pensado o infinito.

Existe uma ampla expansão de cor que inunda o quadro e nos transmite uma sensação de calma e de isolamento que possibilita uma melhor contemplação do universo,

Nestas abstrações de cores vemos o propósito maior do sublime: a evocação de emoções profundas que vão levar o observador a pensar e questionar a sua relação com o universo.


































Trilha 7

O Sublime


O Sublime é qualquer coisa que pelo simples fato de ser pensada, revela uma faculdade da alma que ultrapassa qualquer medida dos sentidos. É uma construção pura do espirito.

Representa o sentimento mais elevado e valioso que o ser humano pode sentir e veicular.

Através dele sentimos todo o poder ameaçador do divino e da natureza, confrontando-nos com a mortalidade e o eterno: aventuramo-nos por territórios que nos transcendem, mas que existem apenas porque os pensamos.

É uma forma de beleza muito mais apropriada a arte religiosa, ligada a contemplação da natureza e da grandeza.

É a distinção clara e perfeita entre o humano e o divino, o finito e o infinito, que nos transporta a sentimentos tão grandiosos, tão incomparáveis.

Os sofrimentos e as tristezas profundas da nossa alma podem ser passadas através de gestos (coreografia), da música ou através da pintura, numa profunda espiritualidade, que alcança o fundo da alma, a ponto de nos tocar profundamente. Isto é o sublime.

Se uma imagem ou uma poesia é sublime, nos comovemos, e nesta tentativa de trazer à frente o irrepresentável em suas formas, nossa alma se derrete de prazer e mergulhamos em um estado extraordinário. A exaltação do indivíduo por um pensamento profundo ou uma frase grandiosa vale substancialmente mais do que mil raciocínios timidamente controlados.

Ter a experiência do sublime é quando ao contemplarmos uma imagem, por exemplo, nos sentimos impotentes em relação a grandeza do universo, mas que, percebemos que tudo isso é a sua representação, então, apreendemos a idéia eterna daquele fenômeno e aí temos a experiência do sublime.


De acordo com Schopenhauer, o sublime ocorrerá quando no meio de um mar tempestuoso, dentro de um barco, o sujeito parar, por um momento, e conseguir se afastar das suas forças individuais ( vontade ) para contemplar as idéias eternas. Assim, o que temos aqui será uma luta entre o sujeito e a vontade para atingir o sublime.

O sublime para além de agradar, tem ainda a capacidade de provocar o êxtase.

Portanto, o sublime será o belo poético quando manifestado de forma extremada e elevada, isto é, tanto o propósito como o efeito do sublime – e da sua linguagem elevada – são a exaltação do espírito e não a persuasão da mente. Para além disso, àquilo que é persuasivo podemos resistir, enquanto que perante o sublime somos completamente dominados, pois este representa sempre algo que nos ultrapassa.

O sublime provoca em nós o sentimento de cumplicidade e comoção em relação à humanidade, pois esta contém em si não só um indivíduo capaz de criar o sublime, mas também outro capaz de o contemplar e partilhar.

As imagens, à esquerda, do acervo da artista Ladjane Bandeira, foram selecionadas com a intenção de exploração iconográfica da categoria da beleza em questão.


Em ambos os quadros ao lado trata-se da suscitação das emoções através da expressão de um espírito e pensamento elevados com o poder de provocar o êxtase, de exprimir uma sensação de mistério todo-poderoso, próprio do SUBLIME.


A artista representa o sublime a medida que se baseia num processo de reduzir as ideias à representação das mesmas em cores e manifestações disformes, até que reste apenas a emoção, e que possamos sentir com maior intensidade esse efeito de grandeza, de vastidão e de infinito.


Abaixo publicamos links e recomendamos a leitura de algumas publicações e trabalhos encontrados que podem ampliar ainda mais o entendimento desta categoria da beleza dentro das várias expressões do dramático e do trágico.

Estratégias para deslumbrar (Texto)- Teixeira Coelho (Texto da curadoria da exposição "Estratégias para deslumbrar" realizada no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo no ano de 2002) - Para ver a exposição completa clique aqui.



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