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Você está em: Projetos - Sala Especial - Mediação - Trilha 5 - O Risível







Ilustração de Ladjane para o conto
UM GESTO ANCESTRAL publicado no Jornal do Commércio em 19/11/87


...A tampa do caixão estremecia e um ruído surdo vinha lá de dentro. Lembrou-se de ter deixado o caixão aberto da última vez e sabendo que ninguém subia ali, estremeceu. Voltou a dominar-se. Chegou mais perto e deu um salto, sem querer, quando um angustiado “miau !” saiu de dentro, arrepiando-lhes os cabelos.
Súbito ele ergueu a tampa do caixão e o gato preto da minha avó saiu louco de medo, saltando pelas pernas do meu avô..."
(Um Gesto Ancestral - Ladjane Bandeira)






Encenação da peça A VIOLA DO DIABO pela Companhia Paulista de Teatro, em 2002, no Teatro Barreto Junior em Recife, PE.


A VIOLA DO DIABO é uma comédia reunindo drama, tragédia, tradição e realismo. O centro de atenção é o circo que no Dia de Finados se estabelece à porta da igreja para pagar uma promessa.




"No espetáculo circense as sensações da platéia oscilam entre o arrepio diante do possível
fracasso do ginasta e a gargalhada revitalizadora provocada pelos gracejos desmedidos dos
palhaços. Com isso, o espetáculo se desloca facilmente entre a morte e o riso". Leia mais em O Circo Civilizado - Mário Fernando Bolognesi
































Trilha 5

O Risível

A estética se preocupa com o riso estético isto é com o humor e a comédia como uma categoria fundamentalmente ligada a beleza como qualquer outra (tragico, dramático, grotesco, belo).

O Humor e o Cômico fazem parte do Rísivel e todas estas três palavras apresentam o mesmo significado. Causam o riso nas pessoas. Rísivel aqui apenas refere-se a um nome geral dado a todos os tipos de arte ligadas ao riso como novelas humorísticas, caricaturas, história em quadrinhos de humor, cartoons, máscaras cômicas ou rídiculas, enfim, expressões artísticas que nos provoque o riso.

Para a estética cômico é apenas certo defeito, uma certa desordem ou desarmonia, existente numa obra, ou uma certa torpeza( feiúra) que em pequenas proporções, nos causa não horror, mas o efeito de sorrirmos dela, ao ponto até de a acharmos rídicula.

Do ponto de vista psicológico-social o risível é contagioso, pois as pessoas se deixam contagiar umas pelas outras e também porque um fato que em si não seria nada engraçado acaba virando quando ao assistirmos nos recorde um outro acontecimento engraçado e então este fato acaba também sendo engraçado.

O Riso se caracteriza por uma anestesia da sensibilidade pois para acharmos algo engraçado não podemos ver neste fato algo que nos incite a emoção da afetividade, da dor, da piedade e do sofrimento, senão não conseguiremos rir.

A arte da imitação se aplica a atos ou ações de personagens que podem ser bons ou maus, ou seja, os personagens podem ter vícios ou virtudes.

Se representamos o Homem naquilo que de pior ele tem, ou seja enfatizamos seus vícios, porém de uma forma que não nos causasse dor, sofrimento ou pena, só nos resta rirmos deste personagem.

Imaginemos uma cena de teatro. Um personagem está impregnado de determinado vício, a mesquinhez.

Ele nos causará risos se a mesquinhez não for exagerada, não for desproporcional no personagem a ponto de virar um drama social e afetar sua família que pode abandoná-lo por completo ou fazer-lhe perder o emprego.

Se isto ocorrer não sentiremos vontade de rir de sua situação de avarento mas teremos o sentimento de piedade em relação a condição humana desta criatura, pois tal vício lhe causou dor e sofrimento.
Para aqueles que gostam de novela, o personagem do Nôno Sovina, da novela da Globo "Amor com a Amor se Paga", era uma caricatura de um avarento que nos causava muitas situações de risos.

Mas com certeza a cena de teatro acima descrita não nos causaria vontade de rir e sim pena !

Também se combinarmos o elemento feio a uma ação humana que nos provoque o riso temos o cômico, mas se nos provocar estranhamento temos o grotesco.

A comédia é um campo do comportamento humano que imita os maus costumes, não toda a sorte de maus costumes ou vícios, mas somente aquela parte que é o rídiculo e que portanto nos causa o riso. Um exemplo de comédia clássica na literatura é a figura engraçada do personagem Dom Quixote, de Miguel de Cervantes.

O conto UM GESTO ANCESTRAL e a peça teatral A VIOLA DO DIABO de autoria de Ladjane Bandeira foram selecionadas com a intenção de exploração literária do tema.


Abaixo publicamos links e recomendamos a leitura de algumas publicações e trabalhos encontrados que podem ampliar ainda mais o entendimento desta categoria da beleza dentro das várias expressões artísticas como a as caricaturas e cartoons por exemplo.



O Diabo e o Riso na Cultura Popular - Luciana Gonçalves de Carvalho
Sexualidade e Riso - Fernando Moreno da Silva
Professor-Artista....ou Palhaço ? Gabriel Perissé
Aids é coisa séria - Humor e Saúde. Análise dos Cartuns inscritos na I Bienal Internacional do Humor - Caco Xavier



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